segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não basta educação, tem que ter prioridade

Dias atrás, vi uma reportagem não me lembro onde, sobre crianças que viviam nas ruas nos Estados Unidos. Quando vi a chamada para a matéria, me interessei em ver como vivem crianças na rua em outro país. Na hora, lembrei das crianças aqui no Brasil, que decoram a cidade com o que ela tem de pior, a pobreza, a falta de esperança e o retrato do abandono.

Para minha surpresa, as crianças viviam em trailers com seus pais, ou em abrigos. Tinham acesso a quase tudo, como comida, higiene e, principalmente, educação. Mesmo morando na rua, elas tinham sonhos, planos e o mais importante, dignidade.

Não que isso seja suficiente, não é este o ponto, mas o que me surpreendeu, foi a luta dos pais para não tirar dessas crianças o direito de estudar. No caso da garotinha que morava com a família num trailer, o pai a pegava na escola, levava em um restaurante para comer e depois a levava para uma biblioteca para que pudesse estudar, fazer o dever de casa e usar a internet. Rotina de todos os dias.

Essa é a diferença. Prioridades. O pai se importava com os filhos, com a falta das necessidades básicas que uma casa pode proporcionar, mas o que ele realmente não deixava de fazer, era acompanhar a filha  ao lugar que lhe trará o direito de conquistar sozinha o mundo, de pensar, de escolher o caminho a seguir.

Essa reportagem acabou clareando exatamente o que está estampado todos os dias em nossa cara. Mas eu não quero ver. O brasileiro não quer estudar. Ele não aprendeu desde cedo a importância disso, porque simplesmente o nosso país não tem a cultura da educação. Porque não faz sentido hoje um povo inteligente, instruído ou que consiga buscar e encontrar o próprio caminho a seguir.

Num país com essa falta de vontade, não pode mesmo crescer, não pode nunca curar o poder da corrupção, de brigar pelos direitos, de reclamar da roubalheira do Judiciário. Como exigir educação de um povo que prefere se divertir com tanta bobagem a realmente descobrir coisas úteis? Como acreditar num país onde programas de TV imbecis são referências para a sua forma de agir?

Artistas péssimos, sem carisma ou talento é que estão na crista da onda e ofendem a inteligência das pessoas como se isso fosse regra. E viramos soldadinhos deles, marchando de acordo com o rumo que querem que a gente siga. Em qualquer área.

Não estou falando em uma vida sem diversão, mas sim em uma diversão com hora marcada. Vale se divertir, vale ver porcaria e vale entender o que acontece ao redor. Só não vale aceitar que a imbecilidade ou a falta de talento determine o curso de sua vida.

Não deve ser tão difícil educar os filhos ou dar exemplos onde a escola e os livros são lugares seguros onde, sem desculpa, você tem a opção de ser aquilo que deseja ser. Que seja satisfatório ou não, mas que a escolha seja sua. Aguentar as consequências de suas escolhas, daí, já renderia uma nova história.






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