segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

No país das incertezas, quem acredita vira mito

Nunca fui muito ligada na Fórmula 1. Sou apenas fã do ser humano. Também não acredito muito em mitos ou ídolos a serem seguidos, mas bons exemplos são sempre bem-vindos.

E essa sempre foi a categoria que encaixei Ayrton Senna. Um ídolo do Brasil reconhecido no mundo inteiro. Um exemplo de determinação, coerência e fé.

Mesmo não gostando muito de insistir em acontecimentos ruins, não resisti e caí na tentação de assistir ao documentário Senna, de Ayrton Senna, mesmo sabendo que, a duas horas da chegada de 2012, choraria bastante. E chorei o choro premeditado.

Uma tristeza tão intensa que dá vontade de voltar no tempo ou ir para o futuro para saber se somos realmente donos de nosso próprio caminho. Mesmo com o coração apertado, dá pra entender porque aquele homem foi - e sempre será, não sei se o mais importante, mas o mais intenso mito que o Brasil já teve.

Ser o melhor na competição não bastava pra ele. Ele tinha que ser o melhor no resto. De corpo e alma. Ele era capaz de entender como as coisas funcionavam e não aceitar. Ir contra. Desrespeitar.

Porque a paixão pelas corridas era maior do que qualquer regra, do que qualquer outro interesse, mas não era maior que sua fé. Pode ter tido uma vida curta, mas intensa o bastante pra deixar o mundo inteiro parado para acompanhar a sua tragédia.

O mais surpreendente é saber que Senna era brasileiro, o mesmo país de craques do futebol, da música e de ídolos passageiros, mas foi ele, mesmo num esporte de elite, vindo de uma família rica, que cravou no coração da maioria dos brasileiros o sentimento de coragem, fé e determinação que todo homem deve ter.

Se mitos existem, Ayrton Senna, pra mim, é o que chega mais perto disso. Queria ver mais brasileirinhos acreditando em si mesmo e levantando a taça mais do que rebolando ou descolorindo o moicaninho.

Um comentário:

  1. Regras, quando erradas, foram feitas para ser desrespeitadas.

    Muito bom ler um texto muito bom seu. ;)

    Beijos!

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