terça-feira, 26 de julho de 2011

Amy morreu

A primeira vez que ouvi Amy Winehouse foi há uns anos, quando uma amiga DJ colocou numa balada para os amigos. Acho improvável que alguém não seja tocado por ela. Que seja pelo "gostei" ou "não gostei", mas um vozeirão daquele não pode passar batido.

Quando a vi ao vivo não parecia, nas poucas músicas que cantou, aquela Amy de estúdio. Corpinho já magro, frágil e que não conseguia segurar a onda que o sucesso trouxe de brinde pra sua vida. Ela conseguia como poucos potencializar a melancolia.

E foi toda aquela verdade das suas letras que me encantaram. Ela sabia escrever o que sentia com simplicidade. Somado àquela voz e a batida, tornava-se irresistível.

Mas previsível? Eu apostava o contrário. Ela não parecia nada previsível. Acreditava que ela fosse se recuperar, dar a volta por cima, porque ia fundo no que fazia. Ela não teve tempo. E não conseguiu esperar.

Amy era exatamente o que ela cantava. Se viciou nas piores drogas, que, por mais surreal que pareça, a ajudaram a escrever sua história, suas letras e a sua vida. E pagou um preço bem alto por isso.

Aquele caos aparente a levaram para a companhia de quem todos nós mais tememos: a solidão. E se foi exatamente assim, sozinha. Um triste fim, que ela não conseguiu evitar talvez porque tenha feito uma escolha errada. Mas diz aí, quem sempre acerta o caminho?

Allan Sieber resumiu tudo bem aqui:

CHEERS, AMY 


Ela era demais.


terça-feira, 19 de julho de 2011

Fazer o bem só faz bem a nós mesmos

Fazer o bem a todos sempre foi uma boa premissa. E não por esperar algo em troca, mas pela sensação prazerosa que a ação proporciona. Porque amor não se cobra, não se implora, não se mede. Continuo pensando assim.

Mas gosto de acreditar em outras coisas também, principalmente quando os fatos são capazes de provar. E a frase que me vem à cabeça é: "muita gente estraga a vida com um doentio e exagerado altruísmo".

Não tem como contestar alguém que consegue desbancar as leis da moral e depois declarar todo o seu amor e perdão a quem mais o prejudicou, passando por cima do seu orgulho ferino, abrindo a sua vida numa carta de amor escrita dentro de uma prisão.

Como duvidar de quem levou essa máxima às últimas consequências? Não sou capaz. Não de entender, mas de fazer algo parecido. E são essas contradições que me fazem comparar o que se espera de melhor e de pior no ser humano.

Tenho eu o direito de querer mudar as pessoas? Acho que não. E mesmo querendo, não posso pedir algo parecido. Poderia escrever um desabafo desaforado, cheio de mágoas e até mesmo com boas desculpas para maltratar essas pessoas, mas se penso mesmo que não se cobra qualquer tipo de sentimento, como fazer isso?

Há muito tempo tive que me acostumar a deixar de entender qual a melhor forma de superar as coisas. Mas nunca deixei de acreditar que a forma que escolhemos é sempre a que nos faz amenizar a dor.

Por isso, acredito mesmo que somos todos grandes egoístas e insensíveis, capazes de deixar de sentir toda a dor necessária para a cura, para pegar o atalho da sensação boa de não sentir nada.

Entendo mais a cada dia que o altruísmo exagerado pode levar à fuga, fuga dos nossos próprios sentimentos, mesmo que isso custe o prazer de sentir o amor. Aquele amor sublime, incapaz de esperar algo em troca.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Desistir pode ser surpreendente

Eu nunca desisti de nada. Quer dizer, nunca fica forte demais. Vou acrescentar um "conscientemente" aqui. Bem melhor.

Sempre quis lutar pelas coisas que eu acreditava ser o melhor pra mim, ou que me desse algum prazer. Mas quando essa coisa se torna difícil de administrar, o desistir passa a ter um significado gostoso.

Quando a sensação de impotência fica maior que a da conquista, a melhor coisa é tirar o time de campo.

Nunca imaginei que iria gostar de me sentir assim, mas a sensação de alívio é reconfortante.

Então, a partir de agora só quero o que me dê trabalho, mas o prazer também.

Querer não é poder

Nem tudo é questão de manter a liberdade, mas sim, de não ter opção.