domingo, 12 de junho de 2011

De volta às origens

Ontem eu tive a sensação gostosa de voltar às minhas origens. De me reconhecer um pouco mais. Com os acontecimentos do dia a dia fica difícil de saber quem você é, mais ainda o que você quer. Ontem eu me lembrei daquilo que nunca quis esquecer.

Tive o prazer de ir ao lançamento do livro do meu ex-professor da faculdade, Marco Moretti, um cara que me ensinou muito - e já me intrigou muito, como é comum em qualquer relação aluno/professor.

Ele sempre me inspirou pelas aulas e pela forma como faz jornalismo. O mais gostoso foi ainda encontrar  vários outros professores que ajudaram a formar minha opinião sobre  o que quero que essa profissão traga pra mim.

Na faculdade tudo é mais fácil, porque lá podemos ser o profissional que quisermos, defender as ideias que simplesmente acreditamos. Pena que não aproveitei mais, já que na vida profissional cotidiana, as coisas não funcionam exatamente  assim.

Ontem eu voltei a ser aquela pessoa que eu sempre gostei de ser, com minhas opiniões e vontades respeitadas. Rever professores que te reconhecem da mesma forma que antes é delicioso.

E é por isso que sempre defenderei as pessoas que acreditam em mim. Por mais que estejam longe, ainda fazem um bem danado.

Mesmo sabendo que a vida hoje não é tão encantada como na faculdade, rever pessoas queridas nos fazem ver quem realmente somos. Eles me fizeram acreditar que não mudei tanto assim, apenas ando meio sem tempo de me enxergar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Feche o livro e vá pro bar

Uma vez li ou ouvi que quem tem um livro nunca está sozinho. Não vou mentir que já acreditei muito nisso. Aliás, livro virou meio que um vício. Mas viver o mundo real também é necessário. E pode ser bem divertido.

Tanto que ontem, terça-feira, saí para vender alguns repetidos num sebo. Na verdade, confesso que o real motivo disso era encontrar uma amiga. Mas conseguir uns troquinhos não seria nada mal.

Depois do trabalho fomos almoçar num restaurante que costumávamos ir. O resultado disso, ou melhor, a conta disso a gente pula. Mas a conversa com gostinho árabe não tem preço.

Vila Madalena e a procura por um sebo. Ligo para o amigo Henrique, responsável por 75% da minha paixão pela leitura.

- Alô?

- Alô. Oi Ju, tudo bem?

- Sim, querido. Jogo rápido: estou na Vila Madalena e quero um lugar adequado para vender uns livrinhos.

Ele, de pronto: - Fradique Coutinho, a primeira ou segunda loja.

Digita no GPS daqui, xinga a tecnologia dali, e decidimos não ir mais. Vamos pro bar. Mudamos de ideia de novo e achamos a livraria mais rápido do que o tempo de estacionar e tirar os livros do porta-malas.

Na entrada da loja, um japonês todo sem jeito fala: humm, aqui já tem tanto livro. De qualquer forma, vamos ver o que tem aí.

Enquanto ele olhava o que tinha nas sacolas, tivemos tempo suficiente para achar vários livros da Agatha Christie. Além deles, peguei um exemplar de Nu e Cru, do Paulo Francis, igualzinho ao que ganhei de um querido amigo.

Conta do dia: menos livros vendidos e mais livros comprados pra casa. Algumas preciosidades imperdíveis e saímos com as sacolas mais cheias do que chegamos.

Dali para o nosso destino final foi um pulo. Chopinho gelado às quatro e meia da tarde é pra fazer inveja a qualquer um. Gente chegando, nostalgia, novidades e projetos inviáveis no ar.

Amigos que conviveram tanto com a gente que metade do tempo passamos tentando explicar o por quê da distância. Teve brinde até por estarmos ali.

O que me faz pensar que por mais divertido e mágico que seja ler uma história e se encantar com ela, quero ter a certeza de viver minha própria história.

Aquela real, que não está nas páginas de nenhum livro, mas que me deixa com vontade de fazer tudo de novo, mesmo que nem tanta gente assim vá compartilhar, apenas alguns personagens reais, mas perfeitos, nesta narrativa tão mágica que é a nossa vida.

Um brinde aos amigos. A todos os amigos.

Ah, o livro repetido do Paulo Francis? É para um amigo da categoria "que estão longe"